Andréia Boehme com a equipe do Flu na Taça Brasil, disputada em dezembro de 2015, em Brasília
Garra, disciplina, determinação e muito amor pelo esporte. Tudo isso fez de Andréia Boehme um dos grandes nomes dos saltos ornamentais, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Hoje, a ex-atleta é treinadora da equipe tricolor na modalidade e também da seleção brasileira. Com diversos títulos ao longo da carreira, a carioca da gema pode se orgulhar de seu trabalho e de participar de Jogos Olímpicos no Rio, que acontecem daqui a 200 dias.
Seu primeiro esporte foi a natação. Em 1975, quando se mudou para Brasília com toda a família, descobriu a paixão pelos pelas piruetas nos trampolins e plataformas:
- Nunca tinha visto os saltos. Quando meu pai, que é militar, foi transferido para Brasília, procurei um clube para continuar na natação e vi a plataforma e o trampolim. Meu pai seguiu andando sozinho e fiquei ali parada, admirando. Foi amor à primeira vista – contou.
Equipe trouxe medalha de prata do Pan de Toronto
Giovani Casilo, considerado o pai dos saltos ornamentais no Brasil e que há mais de sessenta anos forma grandes atletas, convidou Andreia a fazer parte de sua equipe quando a viu imitando os movimentos dos alunos:
- Eu ficava ali tentando fazer igual. Um ano depois me tornei campeã brasileira – disse a técnica.
Foi o começo de uma carreira vitoriosa. Disputando campeonatos mundiais e participando da seleção brasileira, Andréia se tornou tricampeã sul-americana, campeã estadual, brasileira e em 1977 voltou para o Rio e entrou para o Fluminense, a convite do técnico Alvinho. Brilhou no Pan-Americano de Porto Rico (1979) e da Venezuela (1983), venceu o mundial de master disputando 1m, 3m e plataforma. Além disso, quando morou em Colônia, na Alemanha, trabalhou na Universidade da Cidade, conquistou medalhas no campeonato alemão e representou o Fluminense.
Andréia e Juliana Veloso
Como técnica, começou com a equipe mirim do Tricolor e formou grandes nomes do esporte, como Juliana Veloso, Gustavo Veloso, Paula Orsini, Ana Paula Shalders, entre outros. Prestes a participar de uma olimpíada, Andréia, que também treinou artistas para o quadro Saltibum, do programa Caldeirão do Hulk, revela o que acha essencial em um atleta:
- Determinação, garra, vontade de ser campeão e de ser cada vez melhor. Querer sempre alcançar o lugar mais alto é primordial. Tem que lutar por isso, ter força de vontade e amar muito o que faz. Não adianta apenas ter o dom. É preciso ser determinado, treinar muito, cumprir horários. Não se chega a lugar nenhum sem disciplina.
Com Ingrid Oliveira, parceria vitoriosa e de longa data
Em 2015, sua experiência ajudou Ingrid Oliveira, atual nome do esporte no país, a garantir a prata no Pan-Americano de Toronto, no Canadá. Animada para os Jogos Rio 2016, Andreia ainda falou sobre a oportunidade de receber um evento deste porte e o que espera da equipe:
- É uma ótima oportunidade para conhecer o esporte, que vem ganhando visibilidade nas redes sociais, revistas, televisão. É importante competir em casa e acredito nos bons resultados. Estamos trabalhando para isso. Queremos contar com a torcida brasileira – finalizou.
Julia Rodrigues – Comunicação Institucional FFC